Escarrado em 29/11/2006
Olhos pintados de preto, representando o gueto
Pele pálida, em contraste a um obscuro conceito
As trevas me amam, almas penadas me chamam
Ossos no cemitério por libertação clamam
Dias dolorosos e difíceis em Anápolis, Goiás
Já não tenho paz, perdido nos problemas, perdido nos conflitos existenciais
Isolamento voluntário, o mundo não me entende!
Criatividade castrada, rotulado como doente
Cabelos brancos dominam o couro cabeludo
A experiência não vêm e me iludo
Falo com Deus, mas Ele continua mudo
Já não conserto o meu relógio, dispenso meu escudo
Não há cupiduz no céu poluído, não há amores perdidos
Porém o ar é falho, o pulmão está destruído
Ela de novo perdeu o controle, convulsão pelo chão
Em suas mãos tintas vermelhas e ao tremer ela pinta cenas de
desolação
Triste no paraíso, pronta pra se jogar do precipício
Anjos fumam pelas nuvens, não controlam o seu vício
Mãe obrigado por tudo q vc fez por mim
Mas devo confessar q está próximo o meu fim
O mundo é gelado, por isso prefiro ficar próximo ao estopim
Cada dinamite só é decoração neste jardim
Não me julgue preguiçoso, só estou a pele e o osso
Minhas pálpebras mortas, o meu tempo é ocioso
Mãe, ontem mau consegui fazer a prova
Vi um anjo de concreto diante de uma cova
Minhas mãos fracas não escreveram, preciso de uma vida
nova...
Procuro consolo nos braços da Morte, mas ela sempre me reprova
Já têm uma semana q não me alimento e minha mãe chorava
Meus olhos eram fontes quando ela trazia algo do
supermercado q eu gostava
Mesmo com o pouco dinheiro a senhora procurava trazer algo q
eu não estava enjoado de me alimentar
Mas isso é uma bomba relógio e qnd eu já não tiver
variedades a optar?
Cada dia deixo de comer um alimento, me sinto triste por
dentro
E parece q só não é saciada a fome de tormento...
Possuído por uma fúria q os psicólogos dizem ser motivo da
minha fraqueza
Olho o outono em Anápolis e planto folhas de tristeza
Logo na primavera como a uma era, ninguém me espera...
Nascem flores deformadas, q a morte elogia e diz ser bela
O vidro do caixão quero q seja minha janela
Onde além do preto e branco, Deus acrescente a cor amarela
Nenhuma palavra pode explicar, nenhuma bruxa vai adivinhar
O q eu pensava sentado no portão, vendo a folha do outono
rolar...
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