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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Os bons de cama



Tinha essa matéria em um "Diário da Manhã" antigo e achei o texto digitado na internet no blog sputnikafalaserio, acho o texto bem interessante.


Distúrbio conhecido como Síndrome do Atraso de Fase do Sono, bastante comum entre os adolescentes, prejudica rendimento no estudo e no trabalho, e pode ter causas variadas
Ana Paula Bravo


Acordar cedo é um problema e tanto para muita gente. O despertador toca e começa o martírio. Abrir os olhos é um sacrifício. Mantê-los abertos é tortura ainda maior. Preguiça? Não. Ao contrário do que a maioria pensa, a galera que gosta de curtir a cama até altas horas não é indolente, mas sofre de um distúrbio conhecido por Síndrome do Atraso de Fase do Sono. É esse distúrbio que faz com que certas pessoas sejam mais produtivas à noite e, com isso, durmam e acordem bem mais tarde do que o resto dos mortais. O problema geralmente é uma característica genética, mas pode ser desencadeado por sobrecarga de trabalho ou uma rotina irregular, como acontece com boêmios, artistas ou quem trabalha em turnos, por exemplo.

A síndrome é bastante freqüente entre os adolescentes. Alguns especialistas em medicina do sono a consideram como característica própria dessa fase da vida, motivo pelo qual recomendam que jovens nessa idade estudem no período vespertino. A medida garantiria um melhor desempenho escolar e reduziria a irritabilidade e o mau humor, comuns em adolescentes.

Os “dorminhocos” na verdade são uns sofredores. “Eles não são preguiçosos, são mártires”, defende o psiquiatra, neurologista e especialista em medicina do sono Marcelo Michel Hanna. O médico explica que a sonolência diurna é conseqüência de uma variação do ritmo cicardiano (relógio biológico), que é responsável pelo controle de diversas funções do organismo, dentre elas o ciclo sono-vigília.Segundo o especialista Marcelo Michel Hanna, os portadores da Síndrome do Atraso de Fase do Sono sofrem duplamente. Primeiro porque têm de travar uma guerra contra o relógio biológico para se manter acordados; segundo, porque são obrigados a conviver com o preconceito da sociedade, que em geral os rotula como irresponsáveis, improdutivos, ociosos, e outros adjetivos nada virtuosos.

Que o diga o estudante J., 22. Exatamente por sofrer todo o tipo de discriminação por causa de seu relógio biológico diferenciado, o rapaz topou dar entrevista, mas exigiu anonimato. Ele conta que, em função do excesso de sono pela manhã, já abandonou duas faculdades. “Não conseguia acordar cedo para assistir às aulas e vivia tomando bomba por freqüência”, diz.

Para essas pessoas, o ideal seria que pudessem conciliar a vida social e profissional ao seu próprio ritmo, como faz a universitária Priscila Cortes Felipe, 19, que só sai da cama depois das 10 da manhã. “Odeio acordar cedo”, confessa. Para evitar o dissabor de levantar antes do horário de costume, sempre que pode ela concentra todos os seus compromissos no período da tarde ou da noite.

Caso contrário, “parece que nada rende. Passo o dia inteiro com sono, monofásica, meio apatetada. É horrível”, reclama. O ajuste forçado de horários realmente causa sérios problemas. “Comprometimento cognitivo com dificuldades de memória, atenção e concentração; comprometimento motor com o retardamento de reflexos; queda de produtividade”, cita Hanna.

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